Alguns detalhes técnicos dos projectos
Canal do Cafu
Em Fevereiro de 2019, foi lançado o primeiro projecto de combate aos efeitos da seca na Província do Cunene, o Canal do CAFU, que seria concluído em Abril de 2022, com uma extensão de 165 km e 31 reservatórios ou Chimpacas, cada uma delas com uma capacidade de 50 milhões de litros de capacidade de armazenagem. Com a entrada em operação do canal do CAFU, começa uma nova era para mais de 250 000 pessoas que habitam a região de Ombandja, bem como para os seus rebanhos, estimados em 240 000 cabeças, que viram, desde o início do século XX, registarem-se ciclicamente estiagens prolongadas, que infligiram elevadas perdas e sofrimento, colocando grande pressão nos poderes públicos.
Transvase do rio Cunene, na localidade do CAFU para a bacia do Cuvelai até Namacunde e Ndombodola, compreendendo uma estação de bombagem, com 2 m3/segundo de capacidade.
Com a construção do Canal do Cafu, está disponibilizada água em regime permanente para mais de 235 mil pessoas, 250.000 cabeças de gado e 10 000 hectares de terra para agricultura com irrigação, na região de Cuanhama, incluindo 3 275 empregos directos.
Este importante empreendimento foi inaugurado a 4 de Abril de 2022.
Parques Solares
Trata-se da exploração de um recurso abundante cada vez mais barato, que é o sol, recordando que Angola tem um elevado potencial de recurso solar, com uma radiação global em plano horizontal anual média compreendida entre 1370 e 2100 kwh/m2/ano. Com base nesse recurso, o Atlas e Estratégia Nacional para as Energias Renováveis de Angola previu a possibilidade de instalação de uma capacidade de produção em parques solares estimada em 55.000 MW, ou seja, 10 vezes mais toda a capacidade de produção actualmente instalada no País, usando todas as fontes.
A adopção de soluções de produção usando energias renováveis, enquadra-se na Estratégia Nacional das Alterações Climáticas, adoptada pelo País e no desenvolvimento de um modelo de baixo carbono. Nesta estratégia de transição energética, é muito importante realçar a significativa penetração de energia hídrica na matriz energética nacional, com cerca de 60%, fruto de significativos investimentos feitos nos últimos anos com a construção de grandes barragens hidroeléctricas, existindo naturalmente ainda espaço de integração para energias renováveis não convencionais, como são os casos da solar, eólica e biomassa.
O projecto na sua generalidade, constitui sem dúvida um grande ganho para o Sector que impactará no desenvolvimento económico, social e ambiental de pelo menos seis regiões do país, designadamente, Benguela (municípios da Baia Farta 96.703 MWdc e Biopio 188.877 MWdc). No Huambo (Bailundo 17.9992 MWdc), Bié (Cuito 15.652 MWdc), Moxico (Luena 29.906 MWdc), Lunda Norte (Lucapa 8.192 MWdc) e Lunda Sul (Saurimo 26.906 MWdc).
Sendo regiões extremamente povoadas, a nossa estimativa é que essa energia beneficiará cerca de 1.200.000 famílias que perfaz cerca de 6.200.000 habitantes. Para além de reduzir os gastos da população e dos órgãos de administração pública local na utilização de pequenos e grandes geradores a gasolina e gasóleo, servirá para impulsionar actividades em diferentes domínios que vão desde a educação, saúde e ao exercício de actividades comerciais.
Barragem de Laúca
A reversão na situação difícil que se viveu, até 2017, começou com a entrada em operação do 1º grupo gerador da central hidroeléctrica de LAÚCA, em Julho de 2017. Efectivamente, Luanda e grande parte das províncias do País, registavam interrupções frequentes no fornecimento de energia eléctrica, por não existir capacidade de produção suficiente para cobrir a cada vez maior demanda resultante do crescimento das cidades.
Com o investimento em LAÚCA, o sistema eléctrico nacional, passou a dispor de um surplus de capacidade que permite actualmente atender o consumo de Luanda e mais 9 províncias.
A construção deste aproveitamento hidroeléctrico, com uma capacidade de 2067 MW, teve início em 2012 e entre 2018 e 2022 foram instaladas 5 unidades geradoras, devendo este ano ser concluída a sua execução, com operacionalização dos últimos 67 MW da central ecológica.
Interligação Laúca – Waku Kungo- Huambo – Kuito
A interligação entre Laúca, Waku Kungo, Huambo e Kuito, permitiu reduzir em milhões de dólares mensais os custos de produção da energia eléctrica nessas cidades. Essa redução resulta da eliminação do diesel na produção de energia eléctrica, bem como dos encargos com a operação e manutenção das centrais térmicas.
O projecto almeja potenciar o aumento do acesso das populações à energia eléctrica, a cobertura das necessidades de desenvolvimento do sector económico e produtivo, bem como o desenvolvimento da rede eléctrica nacional.
Por fim, importa realçar que a construção deste corredor da linha de transporte em muito alta tensão entre Laúca, Waku Kungo e Huambo, permitirá igualmente a alimentação do Bié, tendo-se, na altuta, alcançado assim um dos grandes objectivos do Ministério da Energia e Águas, que foi a interligação do sistema norte com o centro, criando condições para a futura ligação ao sistema sul para contemplar a província da Huíla, particularmente o Lubango, principal centro de consumo, sendo que isto irá propiciar a ligação, posteriormente a outras províncias e cidades do sul de Angola.
Sistema de Abastecimento de Água de Cabinda
Em relação a esta empreitada de reforço do Sistema de Abastecimento de Água de Cabinda, a mesma em termos de capacidade e abrangência tem um caudal de 2.160 m3/h e estima abastecer cerca de 609.882 habitantes.
A captação deste sistema é feita no rio Chiluango e conta com uma Estação de Tratamento de Água (ETA) com sistema de coagulação, floculação, decantação, filtragem, desinfecção e tratamento de resíduos sólidos.
Em termos de condutas adutoras de água são em FFD DN400, DN600, DN700, DN900, DN1000 com uma extensão de 68.182,00m.
Conta também com uma rede primária em PEAD e FFD com uma extensão de 78.543,00m.
A rede de distribuição é em PEAD, com uma extensão de 935,778,00m.
O sistema conta ainda com a construção de 24.720 ligações domiciliares e a construção de 69 chafarizes.
Sistema de Abastecimento de Água do Huambo
Este sistema de abastecimento de água, inaugurado em 2022, vai beneficiar cerca de um milhão e 65 mil consumidores.
Constituído por dois lotes, os trabalhos estiveram orçados em USD 163 milhões, 640 mil e 519, sendo que no lote 1, o custo foi de USD 72 milhões e 471 mil, e destinou-se à construção do novo sistema de captação, tratamento, transmissão e reservatório.
Já no lote 2, orçado em USD 91 milhões, 169 mil e 443, foram executadas obras de construção dos centros de distribuição, reservatórios com cinco mil metros cúbicos de capacidade e uma estação elevatória.
No lote 2 foi ainda construído um reservatório elevado a 15 metros, com 500 metros cúbicos, sistemas de cloragem, construção de 315 quilómetros de rede de distribuição e 21 mil ligações domiciliares.
Outros investimentos estão a ser efectuados no sentido de se ampliar o número de ligações domiciliares nesta cidade.
GABINETE DE TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO, COMUNICAÇÃO INSTITUCIONAL E IMPRENSA DO MINEA, Luanda, 21 de Julho de 2022